Uma tarde quase perfeita

Saí com um telemóvel: o que me desliga da familia e que me une apenas a meia dúzia de amigos. É um número não registado mas que me deixa "mais perto" dele e de mais 2 ou 3 pessoas.
Ia a poucos metros da minha casa quando vejo, não um eléctrico, mas um autocarro chamado Estoril. Entrei e esperei ansioso por ares de maresia.
Não levei toalha, apenas a GQ e um creme hidratante que cabia no bolso. Caminhei para um sitio espaçoso, tirei a camisola e a t-shirt e estendí-as no chão. Arregacei as calças e descalcei os meus sapatos. Adormeci ao sol.
No paredão caminhavam imensas pessoas mas, por estranho que pareça, não havia quase barulho nenhum: nem crianças, nem gajos aos berros por uma estúpida bola, nem velhas a mostrar as desgraças. Fiquei ali durante umas boas 3 horas estendido na areia até que me deu a sede e decidi ir dar uma volta no paredão e comer um gelado. O sol estava mesmo uma benção... continuei a pé até Cascais, sentei-me uns momentos nas rochas a observar o horizonte e a pensar na vida e acabei numa esplanada a beber uma heineken. Quando não queremos pensar na vida, nada melhor do que uma cerveja..
Alguém dizia que a solidão é perfeita. Realmente sinto que é. Mas ontem não queria perfeição..
3 Comments:
Deixa-me dizer-te que essa tarde pareceu-me deliciosa. Eu também andei pelo sol. E concordo contigo. Às vezes, nem sempre, a solidão é perfeita.
Abraço.
Ja eu acho que a solidao e como o sal. Quer-se muito pouca. Muito pouca mesmo. E com certeza nao e perfeita.
Parabens pelo blog!! :)
abraço!
Também eu já fiz esse percurso vezes sem conta...na solidão e acompanhado...sempre bonito... especialmente no Inverno!
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