sexta-feira, junho 23, 2006

Consciência esparsa...



Há dias em que as coisas não parecem tão claras.

Se bem que é bom estar apaixonado, estar distante da pessoa que gostamos é díficil e esgotante. Principalmente com o turbilhão e a violência de viver em Lisboa. Se é verdade que é uma cidade de movimento, de mudança, de ritmos céleres, é também verdade que é uma cidade que nos confunde e nos deixa sem certezas em relação a nada.

Um relação vive de sentimentos. Os sentimentos são sem dúvida o motor e o que justifica toda e qualquer relação.

Mas vejo os sentimentos como controláveis (claro que não de forma imediata). Sempre acreditei que existem vários caminhos para a felicidade e não temos de seguir pelo mais díficil.

Já pus término algumas vezes à relação que tenho com o K. pela diferente vida que temos, pela indisponibilidade formal e física dele e pela esperança de que as coisas tomassem um rumo melhor, mesmo que a separação nos fizesse sofrer durante um tempo.

Ele levou o seu tempo a descobrir o que sentia por mim, até onde queria ir comigo e com a vida dele, diz ter derrubado comigo castelos de ideias que construiu desde que experimentou uma relação com um gajo fazem uns 4 anos ou 5. Eu sempre pareci mais seguro no que sentia (mesmo sendo a minha primeira relação com um gajo), desafiando-o a mudar de vida em prol da sua felicidade.

Passaram cerca de 8 meses desde que nos começámos a encontrar às escondidas. Quase logo no inicio da nossa relação, ele mudou-se... para longe de Lisboa... daí as minhas constantes viagens e férias mistério.

Só nos conhecemos assim... se no total juntássemos as horas que passámos juntos não daria mais que uma semana e meia..

Passamos horas ao telefone e confesso que não é algo que goste de fazer.. mas se não for isso como vive a relação?

Eu quando penso que estamos a investir tanto um no outro ao ponto de mudarmos a nossa vida e se calhar a afastar algumas pessoas importantes dela se nos juntarmos, deixo de ter tantas certezas.

Se lhe dizia que viver juntos seria a ordem natural das coisas, hoje já penso que não conseguiria e que prefiro morar na minha casa como hoje.

Mas o que penso hoje vale o que vale. Na verdade, só estaremos juntos daqui a um ano ou dois, quando a vida dele estabilizar.

4 Comments:

At junho 24, 2006 10:01 da tarde, Blogger dcg said...

Só posso dizer-te que gostei muito deste post! Foi tão genuíno, tão pessoal...
É muito difícil gerir uma relação, ainda para mais com a distância envolvida! É difícil dar conselhos, mas no que eu aposto sempre é no facto do tempo nos trazer as certezas. Até lá, toma uma decisão de cada vez, dá um passo de cada vez, sem te preocupares muito com o futuro. Se é como tu dizes, espera pelos um ou dois anos. Nessa altura saberás melhor o que queres mesmo!
Abraço!

 
At junho 25, 2006 6:52 da tarde, Blogger Aequillibrium said...

We can only keep on hopping!

Abraço

Adorei o post

 
At junho 26, 2006 10:14 da manhã, Blogger Thiago said...

adorei o post e acredita que percebo bem o que falas. uma relação à distância não é pera doce...mas se acerditarem no que vos juntou, tudo é possível :-)

 
At junho 28, 2006 10:20 da manhã, Blogger /me said...

Não te conheço a ti, nem ao K., mas sei que uma relação à distância é complicada. E confunde, sem dúvida. Porém, não considero que seja impossível, nem pouco mais ou menos. A distância também faz crescer. Haja objectividade qb para saber aprender. :)

E pronto, não disse nada de jeito, mas também não posso dizer, porque não conheço as circunstâncias concretas, e, mais ainda, não as vivo! Mas queria deixar-te um abraço e dizer-te que estou a gostar muito de ler o teu blog.

 

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