Scheduled!

Sou uma céptica que crê em tudo, uma desiludida cheia de ilusões, uma revoltada que aceita, sorridente, todo o mal da vida, uma indiferente a transbordar de ternura. Grave e metódica até à mania, atenta a todas as subtilezas de um raciocínio claro e lúcido, não deixo, no entanto, de ser um D. Quixote fêmea a combater moinhos de vento, quimérica e fantástica, sempre enganada e sempre a pedir novas mentiras à vida, num dar de mim própria que não acaba, que não desfalece, que não cansa! Toda, enfim, nesta frase a propósito de Delteil: "Très simple avec son enthousiasme à sa droite et son désespoir à sa gauche."
(Carta a Guido Battelli, 27 de Julho de 1930, meses antes da sua morte)
7 Comments:
Essa fotografia tem muito estilo. :)
Porém, muito à drama queen... :P
No fundo, a miúda (porque o era) precisava mesmo de carinho.
Quem era o Guido Battelli?
/me,
Acho que é uma foto realmente linda e daquelas que parecem intemporais.
Guido é um genovês que inicia o seu percurso universitário em Parma, onde se licenciou em Direito, vindo, mais tarde, a concluir também o curso de Filosofia na Universidade de Florença; paralelamente, desenvolveu actividades enquanto poeta e ensaísta.
A 18 de Abril de 1930, Guido Battelli é contratado para a regência da disciplina de História da Literatura Italiana na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
Em 1930, trava conhecimento com Florbela Espanca, que, a 18 de Junho, inicia correspondência com o professor, abrindo caminho a uma relação de cumplicidade entre os dois. É ele o responsável pela tradução de grande parte da obra da poetisa para Italiano, propondo-lhe, em Agosto do mesmo ano, a publicação de «Charneca em Flor», a obra-prima de Florbela, cujas provas a poetisa revê dias antes da morte.
A 11 de Novembro, Battelli, na sequência de uma discussão na Faculdade, em que Eugénio de Castro acaba por se impor, decide abandonar Portugal, cansado das intrigas dos colegas. A sua partida entristece Florbela.
Ao regressar a Itália, divulga insistentemente a obra de Florbela, bem como de outros poetas portugueses, junto da imprensa italiana.
Depois do desaparecimento da poetisa, Guido Battelli ocupa-se de grande parte das edições póstumas da sua obra, começando em 1931, com o lançamento de «Cartas de Florbela Espanca» e «Juvenília».
Quando n sabemos, google it!!!
Oh amigo, a Espanca não era a frustrada apaixonada pelo irmão? :o
HIhihi
Eu não sei, mas como era possível escrever cartas tão profundas...
É bem verdade que na altura não havia tv... ;)
"Google it"? Essa tem sub-direitos de autor.:)
Beijos com saudades
Cresci a ler Florbela. Quando ainda nem sequer sabia bem o que se passava comigo, deslumbrava-me a sua capacidade de dizer as minhas angústias...
É verdade que a sua obra está impregnada de um entranhado pessimismo depressivo, mas também é verdade que o diz como ninguém.
Ainda hoje, quando estou em dias não, gosto de ler os seus sonetos.
"O mundo quer-me mal porque ninguém
tem asas como eu tenho..."
E que bela carta....são palavras mágicas que nem todos têm o dom de as saber usar =)
Enviar um comentário
<< Home